LÚMEN ESPECÍFICAS
REDAÇÃO
Professores: Márcio, Sinval e
Zé Laranja
- Textos motivadores
- Texto 1
Seis passos básicos contra o
bullying: veja do que alunos, pais e escolas precisam para combater a prática
Combater o bullying é obrigação prevista em lei, mas a prática persiste
em todo o país e é apontada como motivação
para um ataque dentro de uma escola em Goiás. Especialistas ouvidos
pelo G1apontam em seis passos como as
escolas e as famílias podem agir com eficácia para lidar com esse problema:
- Reconhecer
a existência do bullying
- Conhecer e
cumprir a lei de combate ao bullying
- Transformar os valores dos alunos
- Engajar os professores
- Envolver os pais na vida escolar
- Não subestimar o cyberbullying
(...)
"Os alunos dizem: 'Quando eu xingo alguém no grupo de WhatsApp, ele
não sente tanta vergonha quanto sentiria na vida real'. Isso não é verdade,
porque a pessoa se sente humilhada da mesma maneira, é a mesma humilhação. Mas
o aluno tem essa falsa ideia de que machuca menos." - Maria Cláudia
Minozzo Poletto, vice-diretora do Colégio Rainha da Paz
Outro desafio que as redes sociais apresentam é a relutância dos alunos
em preservar a própria privacidade. No Rainha da Paz, essa questão é trabalhada
com alunos e pais desde o quinto ano do ensino fundamental, com crianças a
partir de 11 anos. "Falamos sobre não deixar redes sociais abertas, sobre
o que pode acontecer com uma foto sua quando é colocada na internet. Eles falam
que sabem o risco que correm, porque quando deixam as redes fechadas vão ter
menos curtidas. Tem aluno do quinto ano que sabe disso."
Comentários:
R.: Estão criando uma geração do dodóis, insociáveis, que se chateiam
por qualquer brincadeira, quando devia aproveitar para se relacionar com as
pessoas.
J. K.: R. falou tudo que eu penso. Já fui muito aloprado na escola, já
aloprei também, hoje eu lembro e dou risada. Era todo mundo criança. Trombo o
pessoal da escola na quebrada sempre troco ideia. É o sistema querendo fazer
uma sociedade de frágeis moralmente.
M. S.: O R., o J K e o Chaledadoida tem toda razão!!! A galera do
politicamente correto transformando uma coisa que era sadia e normal entre as
crianças numa coisa errada.
M. S.: A sociedade está doente!!! Me lembro que no meu tempo de escola
cada um tinha seu apelido. A gente zoava e era zoado, brigava, depois fazia as
pazes com o colega, mas tava tudo bem. Aprendíamos que não era pra levar
desaforo pra casa mas tínhamos que ter um bom convívio com os colegas de sala,
brigava e em meia hora tava todo mundo amigo dinovo. Se tem uma brincadeira
hoje em dia a criança pega uma pistola e sai atirando em todo mundo.
E. F.: Põe o moleque no jiu-jitsu pra arrancar o braço dos coleguinhas
que fizerem bullying com ele.
F. C. Infelizmente graças a estes 13 anos de educação decadente
LuloPetistaPauloFreiriana o rapaz virou adorador doDiabo ignorando os
ensinamentos cristãos e acabou virando um AssassinoPsicopata por culpa dos
EsquerdoBostas! Não me admira que defendam tanto a pedofilia também!
- Texto 2
Escola contra violência
A humilhação, combinação de vergonha e raiva, geraria no longo prazo um
conflito psicológico corrosivo e perigoso
Jairo Bouer, O Estado de S. Paulo, 09 Abril 2017
Como pensar em uma escola que possa
contribuir para a prevenção das diversas formas de violência existentes em
nossa sociedade? Alguns trabalhos publicados nas últimas semanas dão pistas
nessa direção. Em uma fase do desenvolvimento em que crianças e jovens estão
estruturando os padrões de comportamento que vão adotar na vida, que
intervenções ou abordagens poderiam ser utilizadas?
O primeiro estudo sugere que a
humilhação é um dos combustíveis para o escalonamento de ideias radicais e
extremistas, que contribuiriam, por exemplo, para que jovens decidam se engajar
em práticas terroristas ou em atos de violência exacerbada.
A humilhação, combinação de
vergonha e raiva, geraria no longo prazo um conflito psicológico corrosivo e
perigoso. Os textos foram publicados em uma edição especial do periódico
American Psychologist e foram divulgados pelo jornal inglês Daily Mail.
Especialistas acreditam que
se os impactos da humilhação no comportamento fossem melhor compreendidos e até
evitados, a violência em um determinado grupo poderia ser reduzida. Outro
aspecto surpreendente dos trabalhos mostra que não são apenas os mais “fracos”
que podem se sentir humilhados. A sensação de impunidade causada, por exemplo,
por um ato terrorista contra um grupo ou um governo, em que os responsáveis não
são devidamente punidos, pode gerar humilhação nos mais “fortes”. Assim, o
ciclo de violência seria retroalimentado.
Extrapolando para o ambiente escolar
o impacto que a humilhação pode ter na radicalização de ideias e
comportamentos, seria interessante que professores, pais, alunos e direção
pudessem pensar em projetos e programas que evitassem essa situação entre os
jovens. Incluir e não excluir todos os envolvidos parece ser o melhor caminho.
Sabemos que o bullying é um dos
fatores que pode gerar vergonha, desprezo, raiva e isolamento. Ao combater essa
forma de pressão emocional e assédio moral, se reduziria a humilhação vivida no
dia a dia por muitos jovens e, assim, por tabela, se diminuiria tanto o
sofrimento e a tristeza deles como eventuais reações violentas e potencialmente
explosivas dos dois lados.
Outro estudo, da Universidade de
Warwick, no Reino Unido, mostra que 42% dos jovens britânicos que gostam de
humilhar os colegas enfrentam uma preocupação excessiva em perder peso ou
ganhar mais músculos. Entre as vítimas, esse índice é ainda maior, de 55%. Essa
situação tornaria esses jovens mais propensos a desenvolver transtornos como
anorexia e bulimia, segundo o estudo, publicado no periódico International
Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity.
Assim, a escola que trabalha melhor
as diferenças e combate ativamente os preconceitos geradores de humilhação pode
estar contribuindo para a formação de indivíduos melhores e mais felizes, o
que, em última instância, levaria a uma sociedade mais justa e menos violenta.
Nesse sentido, aqui no Brasil, no
momento em que o Ministério da Educação define a Base Nacional Comum
Curricular, retirar as menções a “identidade de gênero” e “orientação sexual”
do texto final vai na contramão do que é razoável e amplamente amparado em
evidências em vários países. A medida desobriga ou, na melhor das hipóteses,
deixa na mão de cada escola ou rede municipal ou estadual decidir se esse
assunto é ou não relevante na redução de preconceito e violências. E está mais
do que óbvio que é! Ainda dá tempo de mudar e evitar, assim, a perpetuação
desse equívoco histórico.
- Texto 3 – Editorial
Quem vai a campo conhecer a realidade das escolas brasileiras ouve
relatos tão assustadores quanto revoltantes. Crianças e adolescentes revelam
experiências de assédio moral e sexual, agressão verbal e física, dramas
psicológicos variados. Mas a frequência e a reincidência dessas práticas causam
mais que assombro e indignação. Despertam uma pergunta básica: por quê?
Onde estão os responsáveis por alunos tão jovens, antes, durante e
depois de eles passarem por vivências traumatizantes? O que fizeram para
prevenir, enfrentar ou solucionar o problema? Elegem corretamente suas
prioridades em termos de educação? Enxergam e conhecem, de fato, os alunos que
passam no mínimo quatro horas por dia na escola? Enxergam e conhecem,
realmente, quem está perto deles enquanto estudam, brincam, lancham, conversam?
É inegável a relevância de fatores como número de matrícula, taxa de
permanência na escola, desempenho escolar, indicadores de qualidade. No
entanto, esses dados estão diretamente relacionados com o ambiente físico e,
sobretudo, psicológico em que meninas e meninos adquirem conhecimentos que
farão diferença pelo resto de suas vidas.
Quando um vigia provoca um incêndio que leva à morte crianças e a si
próprio dentro de uma escola, o episódio gera comoção nacional. Mas corre o
risco de cair no esquecimento. Quem ainda ouve falar da morte de mais de uma
dezena de crianças numa escola de Realengo, em 7 de abril de 2011? Um atirador
disparou à queima-roupa contra professoras e estudantes, suicidando-se em
seguida.
Esses são casos extremos que ganham as manchetes. Há, porém, os crimes
silenciosos, que raramente têm visibilidade e, portanto, se perpetuam sem que
se tente impedi-los.
Ninguém suspeita de nada? Ninguém lê nas escolas os sinais que
normalmente antecedem e caracterizam as diferentes formas de violência de que
são alvos tantos estudantes? Ademais, como se sabe, a educação de meninas,
meninos, adolescentes e jovens extrapola o âmbito familiar e envolve uma rede
que vai dos gabinetes do poder público às salas de aula, passando por pátios,
cantinas, quadras esportivas, entorno escolar. Todos têm sua parcela de
responsabilidade pela saúde física e mental dos milhões de estudantes que hoje
frequentam as mais de 200 mil escolas de educação básica do Brasil.
Cabe lembrar que os diversos tipos de violência não se restringem às
instituições públicas de ensino. Incluem as particulares. Naturalmente, a falta
de recursos das famílias de baixa renda agrava o quadro, pois elas geralmente
não têm como apelar para trocas de sala, de escola ou de professores ou mesmo,
em casos extremos, para contratar psicólogos, advogados ou quaisquer
profissionais necessários para garantir o bem-estar da criança em situação de
agravo.
Tudo isso se torna ainda mais preocupante quando se observa uma espécie
de complexo de avestruz, pelo qual não enxergar a gravidade da situação ou
negá-la é a única resposta a um drama que afeta estudantes, professor e o
próprio sistema escolar.
Chama a atenção que um país como o Brasil, com uma das taxas mais altas
de violência do mundo, despreze a necessidade de se pesquisar por que esses
níveis inaceitáveis de outras formas de violência atingem as escolas. É de
pequenos cidadãos que estamos tratando. Merecem políticas públicas que tornem
visível o problema para enfrentá-lo imediatamente.
- Texto 4 – Dissertação UOL Banco de Redações
Agressividade entre jovens
Um dos maiores problemas
atuais, intrínseco ao âmbito juvenil, é o "bullying", isto é,
comportamento violento assumido por algumas pessoas, que discriminam, humilham
e chegam a agredir fisicamente outras, causando-lhes perda de
autoestima e diminuindo a produtividade destas.
Nos diversos centros de
ensino do Brasil, estabelece-se supostamente uma hierarquia, em que estudantes
de má conduta ficam num patamar superior a qualquer outro, por instigarem
constantemente indivíduos ou grupos com pensamentos, aparências ou gostos
análogos aos seus.
Segundo
pediatras e psiquiatras, os agressores recebem influências principalmente de
seus familiares. Em alguns casos é a falta de afeto, a comunicação falha e as
discussões diárias que incitam os jovens a perpetuarem o "bullying",
reproduzindo os acontecimentos de seus lares em novos lugares. No entanto, o
excesso de atenção e a falta de correção pelos pais também podem causar o
mesmo mal, já que os jovens asseguram-se na proteção exacerbada que
recebem e deixam de temer punições, geralmente frouxas.
Outro
fator que ainda contribui para a continuação dessa tirania é a falta de desvelo
das escolas com o problema. Essas, por sua vez, preferem omitir a existência
dos conflitos entre alunos, em vez de deixar claro que não aceitarão tais
práticas, incitando professores e coordenadores à supervisão ampla e constante
de qualquer forma de intimidação.
Se
houvesse um acompanhamento mais eficaz dos estudantes, por pais e educadores e
também uma divulgação generalizada na mídia como a que ocorre para prevenção do
uso de álcool e de drogas, essa violência poderia cessar. Mas, na verdade, o que ocorre é a sua expansão para a
internet, originando o "cyberbullying", em que ameaças ou xingamentos
são lançados, podendo ser anônimos.
Não
demorará e veremos outros ambientes se tornando suporte para a prática do
"bullying". Portanto, é essencial que existam propagandas, campanhas
e atividades que informem os brasileiros, além de orientações e penas mais
severas aos infratores, para que, dessa forma, a convivência entre os jovens seja mais
saudável.
- Proposta 1 – Dissertação Enem
A violência nas escolas reproduz a violência na
sociedade, não é um fenômeno intramuros isolado.
- Proposta 17 – Dissertação
Reflita sobre o conteúdo dos textos mencionados e elabore uma redação de
gênero dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua
portuguesa, sobre o tema:
Para a educação eficiente, é preciso consolidar a
parceria Família e Escola.
- Proposta 18 – Artigo de Opinião
O artigo de opinião é um gênero discursivo cujo objetivo é manifestar a
perspectiva assumida por um autor. Geralmente é veiculado em um jornal ou
revista e considera diferentes pontos de vista sobre uma questão relevante em
termos políticos, sociais, culturais. Deve ter caráter informativo e argumentativo.
Assuma a função de um articulista de um jornal fictício, porém sem se
identificar. Para elaborar seu artigo de opinião, leia os excertos a seguir.
Redija, em norma-padrão da língua portuguesa, um artigo de opinião, por
meio do qual você exponha argumentos e assuma uma posição com base nos
conteúdos dos textos da coletânea, sobre o seguinte tema:
Educação
Física e Artes são necessárias para a formação de jovens saudáveis.
- Texto 19 – Artigo de Opinião
Por Leandro Narloch
Falta água, sobra inflação, falta luz, sobram
escândalos, o Congresso e as escolas públicas são pura piada, as ações da
empresa que prometia ser orgulho nacional valem trocados. Com tanta notícia
apontando para um colapso nacional, é fácil culpar a própria cultura pelos
erros do país e cravar que “o problema do Brasil é o brasileiro”.
Não somos os únicos a
culpar a própria cultura. Os argentinos, numa versão similar ao nosso “é culpa
de Portugal”, atribuem suas falhas à colonização de “brutos” espanhóis e
italianos. Só que uma colonização muito parecida ocorreu no Chile, o sensato
Chile. Os italianos até concordariam com os argentinos, pois também acham que o
problema da Itália é o italiano. Sobre a Venezuela, já vi gente afirmando que a
herança histórica e cultural levou os venezuelanos ao autoritarismo. Mas então
o que dizer de colombianos e panamenhos, tão parecidos culturalmente e cada vez
mais liberais?
No Brasil, a ideia de
algum traço da cultura sabota o país se manifesta à esquerda e à direita, em
conversas de rua e em teses universitárias. Tem quem explique os problemas
nacionais por uma suposta preguiça de negros e mestiços. “O brasileiro é pobre
porque não gosta de trabalhar”, ouvíamos anos atrás. Hoje se propaga uma versão
simétrica desse equívoco. O problema não seria os negros, mas os brancos: a
raiz das mazelas nacionais seria uma elite branca preconceituosa e apegada a
privilégios.
Na rua, dizem que culpa
é do jeitinho brasileiro, a nossa bem conhecida habilidade de ignorar as regras
e favorecer parentes e amigos. Na Unicamp, empilham-se teses sobre os efeitos
da “herança escravagista do Brasil patriarcal”, que teria criado uma elite
acostumada a viver do esforço dos outros. Como se estivéssemos presos a um
determinismo sociológico.
Longe de mim ter orgulho
ou defender a cultura brasileira (ou qualquer cultura nacional). Meu ponto é
que outros povos cheios de defeitos atropelaram arcaísmos e prosperaram. Os
americanos sulistas são muito mais racistas que nós – mas isso não impede que a
renda média dos negros americanos seja duas vezes a dos brasileiros. Ingleses
até hoje mantém distinções de classe, o que muito professor da Unicamp
consideraria motivo suficiente para subdesenvolvimento. Nos anos 70, pouca
gente acreditaria que países da Ásia seriam tão ricos e desenvolvidos quanto os
europeus. Era comum pensar que algum traço cultural limitava o progresso da
Ásia, como o confucionismo na China. Hoje o PIB per capita de Hong Kong é 40%
maior que o da Inglaterra; o de Cingapura é duas vezes o da França.
O problema não é
cultura, mas as regras do jogo. O jeitinho brasileiro não é exclusivo ao Brasil
– na verdade existe em todo lugar com excesso de burocracia. Um venezuelano ou
um lord inglês, depois de um período de adaptação, vão andar na linha num
ambiente em que outros andam na linha, e vão picaretear se acreditarem que os
outros picareteiam sem serem punidos. Se há instituições (públicas ou privadas)
que façam valer o que foi combinado e garantam direitos de propriedade, a
cooperação aparece.
Dito isso, admito que há
teses de peso sobre características da população capazes de influenciar a
política. Os economistas Alberto Alesina e Edward Glaeser acreditam que, em
países com mais diversidade étnica, as pessoas são menos dispostas a contribuir
com o estado de bem-estar social (por isso os EUA não teriam um sistema
equivalente ao da homogênea Dinamarca). Também se diz que, em países mais
desiguais, os governos são mais irresponsáveis na economia, pois tendem a
sacrificar as contas públicas com assistencialismo, para garantir o voto dos
pobres. Mas isso diz pouco sobre costumes ou herança cultural: aconteceria com
alemães ou dinamarqueses nas mesmas condições. E não impediu os Estados Unidos
– um país tão heterogêneo quanto o Brasil e bem mais desigual que a Europa – de
enriquecer.
O Brasil, como mostra o
noticiário das últimas semanas, tem problemas de sobra. Mas o brasileiro não é
um deles.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/nao-o-problema-do-brasil-nao-e-o-brasileiro/
- Texto 6
Os Conselhos Municipais, ou populares, são espaços compostos por
representantes do poder executivo e da sociedade civil. Metade dos membros são
provenientes de órgãos da sociedade civil, enquanto a outra metade são
representantes do Estado.
A participação popular é garantia constitucional nas áreas de seguridade
social, educação, entre outras. Por isso, normalmente existem vários conselhos
em um único município, pois cada um trata de uma área diferente do interesse
público, como: educação, saúde, infância e juventude, direitos da mulher,
mobilidade urbana, meio ambiente, entre outras. No Politize, você pode ler
sobre as funções dos Conselhos de Juventude, a partir dos relatos de um
ex-membro de um desses grupos.
A denominação desses conselhos pode variar de acordo com as suas
atribuições e a área em que atuam. Os conselhos citados pela Constituição –
como de educação, saúde e assistência social – são Conselhos Municipais de
Políticas Públicas, pois neles há, de fato, toda o debate e tomada de decisão
em torno dessas políticas. Nesses espaços, a sociedade civil pode intervir na
implementação de políticas públicas, questionar seu funcionamento e propor
alterações e melhorias. Afinal, é o povo que sente as consequências das medidas
do poder público.
Já em conselhos municipais de outras áreas, como de Direitos da Mulher,
da Juventude, do Meio Ambiente, a função pode ser consultiva. Dependerá do que
estiver disposto na lei orgânica de cada município. No gráfico abaixo, você
confere quantos conselhos de cada área existem no Brasil, segundo a Consultoria
Legislativa da Câmara dos Deputados:

- Proposta 20 – Dissertação
Negar a participação na vida política não é o
caminho para resolver os problemas do Brasil.
- Proposta 21 – Dissertação
Reflita sobre o conteúdo dos textos mencionados e elabore uma redação de
gênero dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua
portuguesa, sobre o tema:
A indignação da população brasileira está
produzindo uma desolação, apatia, conformismo.
- Proposta 22 – Artigo de Opinião
O artigo de opinião é um gênero discursivo cujo objetivo é manifestar a
perspectiva assumida por um autor. Geralmente é veiculado em um jornal ou
revista e considera diferentes pontos de vista sobre uma questão relevante em
termos políticos, sociais, culturais. Deve ter caráter informativo e
argumentativo.
Assuma a função de um articulista de um jornal fictício, porém sem se
identificar. Para elaborar seu artigo de opinião, leia os excertos a seguir.
Redija, em norma-padrão da língua portuguesa, um artigo de opinião, por
meio do qual você exponha argumentos e assuma uma posição com base nos conteúdos
dos textos da coletânea, sobre o seguinte tema:
O
fatalismo, o conformismo e a apatia fazem parte da cultura do brasileiro.
CARTILHA DO PARTICIPANTE REDAÇÃO ENEM 2017
- Como saber se o participante está ferindo os direitos humanos na
redação?
A prova de redação
do Enem sempre assinalou a necessidade de o participante respeitar os direitos
humanos (DH). A partir de 2013, após a publicação das Diretrizes Nacionais para
a Educação em Direitos Humanos – ocorrida em 2012 –, o edital do exame tornou
obrigatório o respeito aos DH, sob pena de a redação receber nota zero. Depois
dessa determinação, os temas de redação passaram a propiciar maiores discussões
sobre o assunto.
Pode-se dizer que
determinadas ideias e ações serão sempre avaliadas como contrárias aos direitos
humanos, tais como: defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer
forma de “justiça com as próprias mãos”, isto é, sem a intervenção de instituições
sociais devidamente autorizadas (o governo, as autoridades, as leis, por exemplo);
incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero,
credo, condição física, origem geográfica ou socioeconômica; explicitação de qualquer
forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos). Fique atento:
apesar de a referência aos direitos humanos ocorrer apenas na Competência 5, a
menção ou a apologia a tais ideias em qualquer parte de seu texto levará sua prova
a ser anulada.
Há, também, algumas
ideias e ações contrárias aos DH que estão mais diretamente relacionadas ao
tema da prova. No Enem 2016, com o tema “Caminhos para combater a intolerância
religiosa no Brasil”, configuraram-se como propostas que feriam os DH as que
desconsideravam os princípios da dignidade humana, da igualdade de direitos e
do reconhecimento e valorização das diversidades.
Assim, de modo mais específico, foram
anuladas as redações que feriram os direitos humanos porque incitaram:
- ideias de violência ou de perseguição contra seguidores de qualquer
religião, filosofia, doutrina, seita, inclusive o ateísmo ou quaisquer outras
manifestações religiosas (desde que estas respeitem os direitos humanos);
- ideias que possam ferir o princípio de igualdade entre as pessoas,
atacando grupos religiosos, bem como seus elementos de devoção, deuses e ritos;
- ideias que levam à desmoralização de símbolos religiosos;
- ideias que defendam a destruição de vidas, imagens, roupas e objetos
ritualísticos;
-
ideias de cerceamento da liberdade de ter ou adotar religião ou crença de sua
escolha e da liberdade de professar religião ou crença, de forma individual ou coletiva,
pública ou privada, por meio de culto ou celebração de ritos;
-
ideias que difundem propostas de proibição de fabricação, comercialização,
aquisição e uso de artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às
práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas
por legislação;
-
ideias que estimulem a violência contra infratores da lei e/ou contra indivíduos
intolerantes, tais como: linchamento público, tortura, execução sumária, privação
da liberdade por agentes não legitimados para isso.
A seguir, são apresentados
alguns exemplos de trechos que levaram à atribuição de nota zero a redações de
participantes do Enem 2016 por ferirem os direitos humanos:
-
“para combater a intolerância
religiosa, deveria acabar com a liberdade de expressão”.
-
“podemos combater a intolerância
religiosa acabando com as religiões e implantando uma doutrina única”.
-
“o Estado deve paralisar as
superexposições de crenças e proibir as manifestações religiosas ao público”.
-
“a pessoa que não respeita a devoção
do próximo não deveria ter direito social, como o voto”.
-
“a única maneira de punir o
intolerante é o obrigando a frequentar a igreja daquele que foi ofendido, para
que aprenda a respeitar a crença do outro”.
-
“que o indivíduo que não respeitar a
lei seja punido com a perda do direito de participação de sua religião, que ele
seja retirado da sua religião como punição”.
-
“por haver tanta discriminação, o
caminho certo que se tem a tomar é acabar com todas as religiões”.
-
“que a cada agressão cometida o
agressor recebesse na mesma proporção, tanto agressão física como mental”.
-
“o governo deveria punir e banir essas
outras “crenças”, que não sejam referentes a Bíblia”.
Em resumo, na prova de redação do
Enem, constituem desrespeito aos DH propostas que incitam as pessoas à violência,
ou seja, aquelas em que transparece a ação de indivíduos na administração da
punição, por exemplo, as que defendem a “justiça
com as próprias mãos”. Por isso, não caracterizam desrespeito
aos DH as propostas de pena de morte ou prisão perpétua, uma vez que conferem
ao Estado a administração da punição ao agressor. Essas punições não dependem
de indivíduos, configuram-se como contratos sociais cujos efeitos todos devem
conhecer e respeitar em uma sociedade.
IMPORTANTE!
O
título é elemento opcional na produção da sua redação e será considerado como linha
escrita. Porém, o título não será avaliado em nenhum aspecto relacionado às
competências da matriz de referência.
- ANÁLISE DA COMPETÊNCIA
4
Há, nesta redação, repertório
diversificado de recursos coesivos, sem inadequações. Há articulação entre os
parágrafos (“De modo análogo”,
“portanto”)
e entre as ideias dentro de um mesmo parágrafo (1º
parágrafo: “Embora”;
2º parágrafo: “isto
é”,
“Contudo”,
“uma vez que”,
“o que”;
3º parágrafo: “o
que”, “todavia”,
“assim”;
4º parágrafo: “primeiramente”,
“ademais”,
“por fim”,
“afinal”).
Redação
de Isabella Ribeiro de Sena Carvalho
Embora seja direito assegurado a
todos os cidadãos pela Constituição Federal, a liberdade religiosa não é
garantida de modo isonômico aos brasileiros. Ora velada, ora implícita, a intolerância
quanto ao diferente faz parte da realidade do país. Infelizmente, o desconhecimento
da população em relação ao processo de formação da nação e a falta de punição
sob os que atentam contra a religião do próximo impedem que o respeito à diversidade
cultural brasileira seja consolidado.
Segundo os sociólogos da chamada
“Geração de 30”, muito importantes para o desenvolvimento da antropologia no
país, o Brasil é formado por uma fricção interétnica. Isto é, desde os tempos
da colonização, diferentes culturas compartilham o mesmo território. Contudo,
tal interação não ocorre de forma harmônica, uma vez que a persistência do pensamento
eurocêntrico do século XVI, que considera os costumes de outros povos como
inferiores, gera a intolerância religiosa dos dias atuais. Inquestionavelmente,
o preconceito quanto às culturas minoritárias ainda é muito marcante no país, o
que é responsável por quadros de violência e por conflitos sociais. O caso de
apedrejamento de uma menina de onze anos vestida com trajes típicos do
candomblé, ocorrido no Rio de Janeiro, é prova da falta de respeito de parte
dos brasileiros às diferentes culturas que formam o país.
De modo análogo, a certeza da
impunidade faz com que crimes de ódio continuem acontecendo. Consoante aos
ideais liberais de John Locke, as leis brasileiras caracterizam-se pelo respeito
às liberdades individuais, o que é, sem dúvidas, uma grande conquista dos
brasileiros. Todavia, o que é proposto pela legislação não é colocado em prática
integralmente, contribuindo, assim, para o crescimento do preconceito no país.
O crescente número de denúncias relacionadas à intolerância religiosa, constatadas
pela Secretaria dos Direitos Humanos, comprova que uma parcela da população brasileira
ainda não tem acesso à plena liberdade de culto e religião.
A fim de garantir, portanto, a
equidade na garantia de direitos à população, são necessárias transformações na
sociedade brasileira. O Ministério da Educação, primeiramente, deve inserir à
matriz curricular estudantil debates e estudos antropológicos acerca do
processo de formação do país, de modo a valorizar a participação das mais variadas
culturas na composição da identidade brasileira. Ademais, cabe ao Ministério do
Desenvolvimento Social a realização de palestras, sarais e exposições que
exaltem a importância do respeito à diversidade religiosa do Brasil. Por fim,
cabe às Secretarias de Segurança Pública a criação de delegacias especializadas
na investigação de crimes que envolvam a intolerância religiosa, de modo a
intensificar o combate a tal preconceito. Afinal, somente com a cooperação
entre Estado e sociedade será possível lutar contra a intolerância, um mal que
ameaça o Brasil.
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